ENTREVISTA COM A DRA.GABRIELA GUIMARÃES STREIT
Fale um pouco mais sobre quem é a Gabriela Streit?
Meu nome é Gabriela Guimarães Streit, sou gaúcha, mãe de dois lindos filhos, médica e pesquisadora profundamente dedicada à interseção entre saúde, ciência e ancestralidade.Desde o início da minha carreira, sempre me fascinou a complexa relação entre o intestino e o cérebro, e isso se tornou o pilar do meu trabalho. Acredito que a saúde humana vai muito além do tratamento de sintomas: ela está enraizada em um entendimento profundo de nossa história nutricional, nossa microbiota e os fatores que moldam nossa mente e corpo. Atualmente, meu trabalho se concentra em exames funcionais coprológicos, que são exames de entendimento da funcionalidade intestinal, processos de absorção e digestão, e no estudo da conexão intestino-cérebro, explorando como o equilíbrio intestinal pode impactar diretamente a saúde neurológica e emocional. Combinando esses conhecimentos, busco oferecer aos meus pacientes uma abordagem integrativa e personalizada, baseada na ciência e no cuidado individualizado. Sou apaixonada por compartilhar conhecimento. Além do trabalho clínico e acadêmico, participo de projetos como podcasts e iniciativas educacionais voltadas para desmistificar temas de saúde e levar informação acessível ao público em geral, plano de vida saudável e duradouro.
Um exemplo disso é meu envolvimento em discussões sobre o autismo, sempre buscando abordar o tema com empatia e uma visão ampliada sobre os fatores que afetam o desenvolvimento humano.
Na minha vida pessoal, encontro equilíbrio conectando-me com a natureza e mergulhando em estudos que expandem minha compreensão sobre saúde e comportamento humano. Sou motivada por valores como integridade, inovação e o desejo de
transformar vidas por meio de um olhar atento e integrador. Minha missão é inspirar as pessoas enxergarem a saúde como um caminho de autoconhecimento e evolução contínua, sempre com respeito às particularidades de cada indivíduo,
apoiando-os durante toda sua jornada rumo a um plano de vida saudável e duradouro.
Poderia nos contar um pouco sobre o trabalho que está desenvolvendo nos Estados Unidos?
Atualmente, estou conduzindo um projeto de pesquisa nos Estados Unidos que explora o uso da foto biomodulação (PBM) em crianças autistas, focando especificamente em aplicações abdominais e cerebrais. Esse trabalho busca entender como essa tecnologia, que utiliza luz de baixa intensidade para estimular processos biológicos, pode impactar positivamente o equilíbrio intestinal e as funções cerebrais em crianças no espectro do autismo. O objetivo principal do projeto é investigar os efeitos da foto biomodulação no eixo intestino-cérebro, analisando como a estimulação de áreas especificas pode melhorar sintomas comportamentais, cognitivos e gastrointestinais que muitas vezes acompanham autismo. Para isso, utilizamos protocolos avançados e personalizamos as abordagens para atender às necessidades individuais das crianças envolvidas. Esse trabalho é profundamente significativo para mim, pois combina minha paixão pela conexão intestino-cérebro com uma abordagem inovadora, não invasiva e baseada em evidências científicas. Espero que os resultados dessa pesquisa contribuam não apenas para melhorar a qualidade de vida das crianças autistas e de suas famílias, mas também para ampliar conhecimento sobre terapias integrativa no manejo do autismo.
Quais são os principais desafios que você enfrentou na sua carreira?
Os desafios sempre fizeram parte da minha trajetória como médica, e acredito que eles têm sido essenciais para moldar quem eu sou hoje. Um dos momentos mais desafiadores da minha carreira foi trabalhar no sistema público de saúde no Brasil, especialmente durante a pandemia. Foi um período de grande frustração e luta constante para oferecer um atendimento de qualidade, mesmo diante de limitações estruturais e sistêmicas. Como médica, sempre acreditei na importância de oferecer cuidado humanizado e baseado em evidências, mas muitas vezes me vi impedida de fazer isso plenamente devido a questões ligadas à saúde pública no pais.
A pandemia apenas intensificou essas dificuldades, com a sobrecarga do sistema, a falta de recursos e a luta diária para atender pacientes em situações extremamente vulneráveis. Esse cenário trouxe um grande peso emocional e profissional, mas também reforçou minha determinação de buscar formas de fazer a diferença. Essa realidade me levou a tomar a difícil decisão de deixar a prática clínica presencial no Brasil, mas não me afastou do propósito que sempre me guiou: cuidar de pessoas. Essa transição para os Estados Unidos foi uma decisão movida pelo desejo de contribuir ainda mais para a ciência e prática médica de qualidade. Esses desafios me ensinaram muito sobre resiliência, empatia a importância de lutar por melhorias nos sistemas de saúde, mesmo diante de grandes adversidades, pois carrego comigo a convicção de que cada obstáculo superado me deixou mais preparada para enfrentar novos desafios e buscar soluções que possam impactar positivamente a saúde de tantas pessoas.
Quais são os seus planos para 2025?
No próximo ano, pretendo aprofundar ainda mais minha linha de pesquisa, buscando não apenas resultados que possam transformar a vida de crianças autistas, mas também publicar artigos científicos que contribuam para a comunidade médica. Além disso, quero expandir meu atendimento via telemedicina, alcançando ainda mais pacientes ao redor do mundo e fortalecendo minha prática de medicina integrativa. Planejo também investir em novos cursos e treinamentos para me manter atualizada nas áreas de neurociência e saúde intestinal. Outro grande objetivo para 2025 é ampliar iniciativas educacionais, como a produção de conteúdo em saúde para impactar um público maior, como grupo de discussão entre profissionais e a criação de um podcast. Quero continuar contribuindo para discussões acessíveis sobre temas complexos, como o autismo e a saúde integrativa. No lado pessoal, espero também equilibrar meu tempo entre trabalho e momentos de descanso, conectando-me com a natureza e me dedicando a atividades que me
renovam, junto da minha família. Neste início de um novo ano, quero desejar a todas as leitoras da Gringas News muita saúde, paz e realizações. Que 2025 seja um ano de novos começos, conquistas e momentos especiais ao lado de quem vocês amam. Que cada uma encontre forças para alcançar seus objetivos e viva com alegria e propósito.
Quer saber mais sobre a Dra. Gabriela Streit siga sue instagram @agabistreit
Imagens: Imagens selecionadas e enviadas pela Gabriela Streit
Entrevistada por Ana Gentil